O paciente asmático apresenta algumas peculiaridades em relação aos demais e, por esse motivo, alguns aspectos importantes devem ser observados. Em pacientes com problemas respiratórios severos nos primeiros três anos de vida, existe a possibilidade de haver problemas de formação do esmalte dentário, pois as células formadoras do mesmo são extremamente sensíveis ao oxigênio. O esmalte com falhas estruturais é mais suscetível à ação dos ácidos resultantes do metabolismo bacteriano e como, muitas vezes, o fluxo salivar está diminuido em função do uso de medicamentos como os broncodilatadores, pode haver aumento de problemas bucais como alto índice de lesões cariosas, halitose e problemas nos tecidos de suporte. O uso de corticóides inalatórios também pode interferir nas mucosas orais, facilitando o desenvolvimento de lesões fúngicas. Reações alérgicas à antiinflamatórios não esteroidais (AINES) e anestésicos com vasoconstritores, também não é incomum nesses pacientes. Pacientes mais sensíveis podem desencadear quadros asmáticos em função de outros materiais de uso comum na odontologia como o látex (presente nas luvas), o metilmetacrilato (resina acrílica) e o próprio desgaste dentário nos preparos cavitários. Observa-se em muitos desses pacientes alterações estruturais nas bases ósseas, com estreitamento e aprofundamento de palato, apinhamento dos dentes, mal posicionamento da língua e problemas de deglutição. Portanto o paciente com asma deve receber atenção especial no tratamento odontológico.